domingo, 10 de agosto de 2014

Ser Pai: Um Maravilhoso e Terrível Privilégio


"Com grandes poderes vem grandes responsabilidades". Quem nunca ouviu essa frase? Tirada do filme: "O Homem Aranha", ela descreve perfeitamente o privilégio da paternidade. Essa ideia, pouco se sabe, é bíblica. A palavra "bênção", na Escritura, tem um sentido duplo: uma "dádiva" e uma "missão". Desse modo, podemos dizer, com todas as letras: ser pai é uma "bênção".
O que mais fascina é a ambiguidade da paternidade em si e o seu enorme poder. Convido você a avaliarmos essa bênção com cuidado.
 Se ser uma bênção é ser antes de tudo receber uma dádiva, então ser pai é a maior das bênçãos humanas. Por quê? Simplesmente porque não há nada mais precioso do que a vida humana. O dinheiro e o poder podem comprar muitas coisas e realizar muitas vontades, mas nada fazem sozinhos. Pessoas não tem preço. Há vidas que mudam o mundo! A história do mundo está repleta de pessoas que tornaram o mundo um lugar melhor e fizeram sua vida valer a pena. Agora imaginemos o imenso privilégio de pôr uma preciosa vida no mundo! Ter um filho é ter uma dádiva divina nas mãos!
Por outro lado, existe a responsabilidade. E é isso que torna a paternidade algo terrível. Por quê? Porque o pai é simplesmente a referência do filho. Por isso é possível, através das atitudes dos filhos, conhecer seus pais. Tudo o que um filho conhece na primeira infância é ensinado pelo convívio com as pessoas mais próximas, e o pai é uma das principais. Desta forma, pode-se dizer que ser pai é forjar em seu filho o seu caráter e emprestar-lhe a si mesmo, em seus defeitos e qualidades, para ser imitado, admirado e seguido.
Certa vez, ao perceber que o pai abandonou a fé cristã, um filho disse ao pai: "Eu gostaria de poder continuar seguindo os seus passos!" Esse filho teve um salto de lucidez e maturidade que poucos tem, filtrando até o exemplo do próprio pai - raridade.


Mas, pare para pensar: quantos filhos, sem saber, estão trilhando caminhos tenebrosos, caminhos de morte, por naturalmente seguirem o exemplo dos pais?


Você, pai, tem uma terrível responsabilidade.


O que o seu filho vai ser, se ele for igual a você?




Que Deus conceda sempre a sua sabedoria e graça aos pais de nosso tempo!




Feliz dia dos Pais!

domingo, 20 de abril de 2014

O Que Dizer da Páscoa?

A nossa vida cristã tem muitos obstáculos, também atualmente. Pensando nisso hoje, domingo de Páscoa, me deparo com a Páscoa dita cristã que muitos comemoram. Ovos de chocolate, bacalhau na sexta-feira, presentes, viagens, coelhinho da "páscoa". Tudo muito glamouroso, como diria Hernandes Dias Lopes. Porém, sem sentido.
No Brasil o povo que se auto denomina cristão está trazendo o culto da deusa pagã Eostre para dentro das igrejas, e para dentro de suas casas, o que é mais alarmante! Atualmente, vejo a tradição tomando o lugar de muitos elementos importantes do culto e muitas vezes tirando o lugar do próprio Cristo. É o caso da Páscoa. Ela vem, biblicamente, rodeada de sentido, repleta de esperança e não faltam motivos para comemorarmos a Páscoa cristã. Mas, por causa da tradição cega, essa Páscoa ( a verdadeira) é esquecida e substituída por uma Páscoa maldita e pagã. Pessoas compram ovos de "páscoa", dão presentes, comem peixe na sexta-feira "santa"... e quando eu pergunto o porquê, o único "argumento" é a tradição. Parece que as pessoas de hoje são como macacos usados em uma experiência. São colocados cinco macacos numa jaula. Há uma escada no meio da jaula que leva a um cacho de bananas. Quando um macaco vai pegar as bananas, todos tomam um banho de água fria. Com o passar do tempo, quando os outros quatro macacos vêem um macaco subir a escada, derrubam ele e o espancam, pois caso contrário todos  tomarão banho gelado. Coloca-se um macaco que não sabe de nada em lugar de um deles. Ele naturalmente sobe a escada e toma uma surra. Por fim todos os macacos são substituídos
, um por um, por macacos novos. Todos os macacos novos aprendem a espancar qualquer um que tente subir na escada. Mas, ao final, não sabem porque fazem isso. Só o que sabem é que "aqui as coisas sempre foram assim".
Qual o sentido do coelho? Nenhum! Mas aí vão dizer: ele representa a fertilidade! Eu respondo com outra pergunta: e que relação isso tem com a Páscoa cristã? Nenhuma! Qual o sentido do chocolate? Meramente comercial! Qual o sentido do não comer carne vermelha na sexta-feira? Nenhum! Ah, mas é a penitência pela morte de Cristo, e tem simbolismo de humildade - alguém pode responder. Eu continuo perguntando: ainda resta algum sacrifício além do de Cristo? E pergunto mais: quem ordenou este sacrifício? A igreja católica, alguém responde. Então é um mandamento de homens! Fico com as palavras de Paulo: "ninguém vos incomode por comida ou datas, nem com proibições, pois elas não purificam ninguém." (Paráfrase de Col. 2.20-23) Então qual o sentido disso? Não há sentido. Não há relação com Cristo. As pessoas guardam isso tudo por tradição, pois "aqui as coisas sempre foram assim". Assim como Paulo disse aos coríntios, digo eu também à igreja hoje: nisso eu não posso elogiar vocês!
É triste ver como as comemorações cristãs ficaram em segundo plano, hoje. Quando voltamos nossos olhos a Israel, nação que, em parte, falhou na sua missão de nação que glorificaria a Deus, vemos que Israel agiu melhor do que nós hoje. A nação infiel a Deus ainda guarda todas as festas que Deus ordenou que guardassem - e isso até hoje. E nós, trocamos a páscoa pelos rituais pagãos - e caros, da "chegada da primavera", que é o que, de fato, as pessoas hoje comemoram. Israel está melhor que nós "cristãos". Hoje Cristo é um "segundo sentido da Páscoa".
Você sabe quando foi que o filho pródigo viu que estava fazendo uma loucura? Quando quis comer lavagem de porcos e se lembrou que a mesa de seu pai era farta. Você se considera louco? Saiba que os loucos também não acham que são. Como você pode provar que não é louco? Quando demonstra ter a capacidade de pensar racionalmente, e não fica refém dos próprios instintos e delírios. Mas como vou achar que você tem juízo se aceita práticas idólatras e de outras religiões sem ao menos questionar: "isso está certo?" Eu te pergunto: é certo colocar qualquer coisa que seja no lugar que é de Deus? Você me dirá: Não! Mas então porque você faz isso na Páscoa? Substituindo Cristo por um coelhinho! Você consegue perceber como honramos a Deus com nossas palavras, mas ele não está em nosso coração? Deus diz que um povo assim o adora em vão!
Há crentes que enchem a boca para dizer: "temos que ser diferentes do mundo!" Acusam uns aos outros de usarem saia acima do joelho e usar o penteado da moda, como se isso fosse "ser diferente", achando que a aparência pode salvar. Mas, na Páscoa, esses mesmos "crentes diferentes" estão na fila do mercado com caixas de bombons e ovos de páscoa no carrinho, quando deveriam lembrar de Cristo - porque Ele, sim, pode salvar.
Ao lembrarmos da história de Moisés e o povo hebreu no deserto, nos deparamos com o advento da serpente de bronze que Deus mandou construir. Qualquer um que fosse picado por serpente e olhasse para aquela serpente de bronze seria livre da morte. Era algo bom, a princípio, e instituído por Deus. Porém, na história dos reis de Israel, vemos que essa serpente foi destruída, porque o povo estava adorando essa serpente como se fosse um deus. Ou seja, o povo estava transformando em idolatria algo que Deus havia instituído para livrar seu povo. Cristo é o enviado de Deus, nossa Páscoa. Mas nossa comemoração hoje é idólatra!
Se seu pai te oferecesse uma casa para morar, mas depois, viesse um conhecido e lhe oferecesse uma mansão. Qual você aceitaria? Provavelmente, a mansão. Mas, depois de aceitar a mansão, suponha que o conhecido lhe diga: só tem uns probleminhas: as instalações de água e luz vivem dando problema, a casa já foi arrombada por ladrões umas dez vezes, e ela fica no lugar mais perigoso do complexo do alemão, no Rio. Você certamente voltaria atrás e aceitaria a casa do seu pai. A casa que o Pai oferece é Cristo, nossa Páscoa. A casa que aparenta ser cheia de glamour é a Páscoa pagã, que comemoramos hoje. Espero que um dia os crentes se deem conta do grande erro que cometem. A Páscoa judaica (primeira Páscoa) comemora o "passar por cima", da graça de Deus. Comemora também a passagem da idolatria egípcia para o reino do único Deus. Hoje, a igreja está voltando ao Egito, abandonando o governo e culto a Deus somente, e voltando aos rituais idólatras através da falsa páscoa, a páscoa pagã.
Você acha que Pedro foi um traidor quando negou Jesus? Se você tira Cristo do lugar central e o troca por uma deusa pagã, você não é diferente de Pedro - a não ser pelo fato de que Pedro reconheceu que isso era um grande erro.
E quanto aos pais? Eles tem presenteado seus filhos com presentes que fazem parte dos rituais pagãos, e tem, assim, ensinado a seus filhos uma Páscoa distorcida, sem Cristo. Jesus disse: Deixem as crianças vir a mim. Não as impeçam de vir a mim! (Lc. 18.16) Os pais que ensinam rituais pagãos aos filhos estão influenciando seus filhos diretamente, de modo que os impedem de ir a Cristo, o sentido da Páscoa.
Até os cegos estão vendo que estamos errados! Nesta semana li um artigo de um muçulmano dizendo que trazer rituais pagãos para dentro da igreja cristã é uma aberração e um coquetel letal.
Fico com as palavras de Hernandes Dias Lopes: "[...] Vamos devolver a páscoa ao seu dono!"

sexta-feira, 18 de abril de 2014

É Essa a Páscoa Cristã?


Às seis da manhã todos já estão de pé. As malas, que já estavam prontas desde a noite anterior, são diligentemente condicionadas no porta-malas do carro da família. Os lanchinhos são preparados, o cartão de crédito na carteira é conferido. Os eletrodomésticos são tirados da tomada e o registro da água é desligado. Os vizinhos são avisados, para que olhem a casa e tratem os cachorros. Por fim, as luzes são apagadas. É hora de cair na estrada! Mas não antes de, com todo o cuidado, condicionar os chocolates, os ovos de Páscoa e os presentes num lugar especial dentro do carro. Tudo pronto para a viagem! 
Ignição acionada, e o carro, revisado há um mês, é ligado. Uma parada no posto de combustiveis para abastecimento, verificação de óleo e água, limpar o pára-brisa. Tudo ok! Em questão de minutos, a família já está fora dos limites de sua cidade, a caminho de se encontrar com os familiares. 
Depois de algumas horas de uma divertida e cansativa viagem, o carro pára na frente de uma casa. Dois segundos depois aparece uma senhora, provavelmente a mãe do motorista, que vem quase correndo em sua direção enquanto grita de felicidade, com um sorriso no rosto, e dá um abraço esmagador no filho, na nora e nos netos. Ela fala que os netos cresceram e estão bonitos, mas que precisam engordar. Então diz que está muito feliz por tê-los também para a Páscoa com a família.
Quando entram pela casa, ouve-se um estardalhaço de risadas, o barulho dos tapas nas costas, e o enroscar das roupas enquanto fortes abraços são dados. A alegria parece tomar conta do lugar. Primeiros encontros entre parentes desconhecidos, reencontros dos amigos de longa data. Tudo só aumenta a euforia e satisfação de se estar rodeado de pessoas especiais. Mas qual será o motivo de tanta alegria? Por que essa data é tão especial? Qual o motivo da festa?
É aí então que, no meio do som de tantas risadas, ecoam gritos de comemoração. A nora, silenciosamente, buscou no carro os presentes e os chocolates, alguns em forma de ovo, e os entregou à sogra, cunhados e sobrinhos. Quando os parentes viram os presentes, gritaram comemorando. Cada um ganhou uma cesta com doces dos mais caros e saborosos que há. Como forma de agradecimento, dão muitos abraços, e alguns retribuem dando a ela também alguns presentes. Mas continuo ainda sem entender o motivo dessa festa chamada Páscoa. 
Depois de se acostumarem com a presença uns dos outros, os outrora empolgados parentes ficam agora mais calmos. Alguns recebem ligações do serviço, outros vão ajudar a preparar o jantar. Outros entram nas redes sociais, e reclamam que o preço do Ovo de Páscoa está caro. Ao passarem por uma postagem de Páscoa com a imagem de uma cruz, não fazem nem questão de ver, muito menos curtir.
Chega a hora da janta. Todos estão famintos, embora alguns já estejam bêbados. Porém, alguém levanta a voz e diz que, para não cometerem um tipo de pecado, não será servida carne vermelha. O homem que já estava bêbado faz sinal com a cabeça, e concorda, dizendo que na sexta feira santa é pecado comer carne, e que as pessoas devem comer peixe, por que essa é a tradição. Todos concordam, mas não sabem explicar a razão. Ele mesmo diz que, por ser devoto, está fazendo jejum de Coca-Cola nos quarenta dias da quaresma, e que é por este motivo que está tomando cerveja. Ele parece acreditar que deve fazer algum sacrifício nessa época do ano.
Durante a janta, bacalhau e salmão são servidos com vários tipos de molho e tempero. É tão saboroso que nem parece ser um "sacrifício". O sabor de tais iguarias faz com que ninguém perceba ou sinta a falta de carne vermelha. Mas ainda me pergunto o porquê da reunião, e de quem é essa festa.
Depois da janta, enquanto as crianças disputavam entre si quem ganhou o ovo de Páscoa mais caro, alguém bate à porta da casa. Alguém manda que as crianças abram a porta. Quando abrem, dão gritos descontrolados e fazem cara de quem não está entendendo. Então entra na casa um coelho gigante, trazendo consigo muitas sacolas cheias de ovos de chocolate. Cada criança ganha um. Ao final, todas tentam descobrir qual dos tios está vestido de coelho. Ele sai correndo, sem que elas descubram. As crianças saem procurando todos os tios, para saber quem faltou. Aquilo gera um alvoroço na casa, e novamente o barulho das gargalhadas é contagiante. Por um instante me parece que esse coelho seja o motivo da reunião, a razão da festa.
A festa chega ao fim e é hora de voltar pra casa. As malas são refeitas, os abraços são novamente dados. Desta vez, porém, os ombros dos que se abraçaram saem molhados por lágrimas, como se soubessem que vão sentir saudades. Tudo pronto, e cada um parte para sua casa.
Na viagem de volta, como se tudo aquilo ainda não fizesse sentido, o menino pergunta ao seu pai: "Pai, o que é a Páscoa?". O pai, sem pensar duas vezes, responde, como se fosse óbvio: "Páscoa é a ressurreição de Cristo, meu filho!" Depois de pensar por alguns segundos sobre a resposta, o filho faz outra pergunta:"E porquê Ele não fez parte da nossa festa?"

As famílias reunidas ao redor das salas, acomodadas nos sofás ou em volta das mesas, ao som de risos, descontração e alegria, trocando presentes e abraçando umas às outras, comendo juntas do mesmo pão, mas o motivo não é Cristo.

É essa a Páscoa cristã?